sexta-feira, 11 de setembro de 2009


A amorosidade maternal de Deus

O imaginário religioso evangélico faz do céu a morada de Deus. A partir dessa imagem diz-se que essa morada é o “lugar” da Sua habitação.

Esse “espaço” patrocinado pela Sua majestade e glória é também o lugar cobiçado pelos seus fiéis. Deus nessa perspectiva, vive longe, embrulhado pela apática sensação de isolamento esperando que seus fiéis se juntem a Ele (morram) para lhe fazer companhia.

Deus não está nos céus, longe, distanciado pela sua gloria. Deus é conosco, permeando todos os espaços possíveis e impossíveis da nossa percepção. Paulo, o Apóstolo, usando a poesia grega nos diz que Nele existimos e Nele nos movemos. Portanto, não vamos a Ele como quem o procura, nós ja estamos imersos Nele, todos nós.

Leonardo Boff diz que a tradição cristã criou uma palavra para indicar essa presença - ausência – Panenteismo. Não é o Panteísmo onde tudo é Deus e Deus é tudo indistintamente, não. É Panenteismo, Deus está em tudo e tudo está em Deus. Deus circula, circunda e abrange. Abraça.

Também a tradição cristã estimulou em nós uma outra imagem a respeito de Deus – a imagem paterna. Imagem que em um primeiro momento limita e obstrue a compreensão da esfera materna que Nele se encontra. Deus é tanto Pai quanto é mãe, e está entre nós. A maternidade está revelada na paternidade e a paternidade está revelada na maternidade. Deus é.

Assim, as imagens servem como construções imaginarias da temporalidade e se assim forem percebidas podem inclusive redimensionar o horizonte de compreensão humano.

4 comentários:

  1. Rapaz, que honra escrever em seu blog pela primeira vez. Ótimo texto. Maravilhoso a visão de Deus. Deixo aqui meu blog para acessar: marcioruno.wordpress.com. Abraços.

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  2. Fala meu querido. Estou esperando seu próximo texto. Abraços.

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  3. Oi Laercio!
    Parabéns pelo texto, mto 10.

    Realmente quando mudamos nossa imagem de Deus nosso horizonte muda completamente. Digo por mim que, quando aprendi a olhar Deus de modo diferente eu perdi o chão,...mas isso não foi ruim! Agora estou numa nova caminhada na qual reformulo meus pensamentos priorizando sempre o amor de Deus, o que torna a vida mais bela e dá muito mais vontade de viver.

    beijo

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  4. Só é possível enxergaremos Deus de modo abrangente e menos sádico, quando o avistarmos como Pai extremamente amoroso. Para eu ter uma percepção deste Pai tenho que olhar para dentro de mim e arrazoar o que eu faria com meus filhos nas situações mais bárbaras. E quando faço isto percebo o quanto Deus é bondoso, pois mesmo homem imperfeito que sou sempre faria o melhor para que meus filhos trilhassem os melhores caminhos abandonando seu estado de obscuridade.

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