sexta-feira, 17 de junho de 2011

Processos subterraneos que esvaziam a alma

Por Laércio Amorim



Existe um provérbio judaico que recomenda guardar o coração. Faz dele, o coração, o bem mais importante do homem, porque segundo o provérbio, dele depende toda a vida.
Outro texto judaico-cristão diz: “Então os fariseus e mestres da lei perguntaram a Jesus: Porque os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos lideres religiosos, em vez de comerem os alimentos com as mãos impuras”? Mas em outro evangelho diz: “Então ele disse ao homem: Estenda a mão. Ele a estendeu, e ela foi restaurado, e ficou boa como a outra. Então os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como poderiam matar Jesus”.
Os textos que verificamos, revelam que o esvaziamento afetivos da alma, que a sequidão que se avolumou nesse espaço da existencialidade humana, aconteceu por vias processuais. Não aconteceu de um dia para o outro. É dia após dia que se alimenta a desertificação desse lugar. São concessões mínimas que se faz, são consentimentos que a primeira vista não tem peso e nem sempre aparecem, são opções que se apresentam risonhas e lucrativas...
Os fariseus, os lideres religiosos, em tese, são aqueles que regam as flores do coração, são aqueles que falam a alma, são aqueles que indicam os caminhos que levam as fontes d’água viva e mostram a ambigüidade da realidade. Aqueles que em um determinado momento da historia de Israel se levantaram como guardiões da verdadeira espiritualidade, como defensores da essência religiosa do povo, religião esta que se fragmentava em meio a diversidade cultural e cúltica de outros povos, agora sinalizavam com posturas radicais de intolerância.
A tradição expressa no ritual de lavar as mãos passou a ser um indicativo preocupante, porque a obsessão é um sinal de desequilíbrio. Isso somado ao fato de respirar com outros o mesmo ar que alimenta o ódio, que insufla a maldade e que conspira a morte de um inocente.
Parece-me que a institucionalização da verdade conspira contra a beleza da liberdade e da vida.
O que nasce como um ideal bonito, um descortinar de um horizonte novo e responsavel, é passível de petrificar-se durante a caminhada. A tradição não pode ser mais importante do que a vida; não pode ser mais importante do que restaurar a mão mirrada de uma pessoa, reconstruir a sensibilidade e dignidade.
São sutis os processos que minam uma alma fogosa, tolerante e espontânea.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009


A amorosidade maternal de Deus

O imaginário religioso evangélico faz do céu a morada de Deus. A partir dessa imagem diz-se que essa morada é o “lugar” da Sua habitação.

Esse “espaço” patrocinado pela Sua majestade e glória é também o lugar cobiçado pelos seus fiéis. Deus nessa perspectiva, vive longe, embrulhado pela apática sensação de isolamento esperando que seus fiéis se juntem a Ele (morram) para lhe fazer companhia.

Deus não está nos céus, longe, distanciado pela sua gloria. Deus é conosco, permeando todos os espaços possíveis e impossíveis da nossa percepção. Paulo, o Apóstolo, usando a poesia grega nos diz que Nele existimos e Nele nos movemos. Portanto, não vamos a Ele como quem o procura, nós ja estamos imersos Nele, todos nós.

Leonardo Boff diz que a tradição cristã criou uma palavra para indicar essa presença - ausência – Panenteismo. Não é o Panteísmo onde tudo é Deus e Deus é tudo indistintamente, não. É Panenteismo, Deus está em tudo e tudo está em Deus. Deus circula, circunda e abrange. Abraça.

Também a tradição cristã estimulou em nós uma outra imagem a respeito de Deus – a imagem paterna. Imagem que em um primeiro momento limita e obstrue a compreensão da esfera materna que Nele se encontra. Deus é tanto Pai quanto é mãe, e está entre nós. A maternidade está revelada na paternidade e a paternidade está revelada na maternidade. Deus é.

Assim, as imagens servem como construções imaginarias da temporalidade e se assim forem percebidas podem inclusive redimensionar o horizonte de compreensão humano.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bem Vindos


Sejam todos (as) bem vindos (as)

Vamos nos encontrar para a reflexão atraves dessa ferramenta de comunicação. Gostaria de interlocutores para construirmos uma caminhada pensante e alegre.

O grande desejo do meu coração é transformar esse espaço em uma grande "folha", onde possamos trocar experiencias e desenhar ideias que nos auxiliarão pela vida a fora. Ruben Alves diz que desejo é sintoma de ausência. Talvez sinta vazios em meu peito, ausencias que se estabeleceram em forma de utopias. Utopias que movimentam a vida.
Conto com voces

Abraços e vamos nessa.